Fealq tem participação em todos os setores
Conhecida nacionalmente, a Clínica do Leite da Esalq traz inúmeras contribuições para a melhora da produtividade e da qualidade do leite por meio da eficiência na gestão. É propulsora de pesquisas importantes, como a metodologia que busca reduzir o risco da fraude do leite e a que verifica o impacto do ordenhador na qualidade do produto. Além disso, é um dos dez laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura para fazer análise de todo o leite do Brasil. Para alcançar essa credibilidade, a Clínica sempre contou com apoiadores ao longo de seus 20 anos de existência.
A parceria com a Fealq nessa área nasceu bem antes disso. O professor Paulo Machado, coordenador da Clínica do Leite, já desenvolvia projetos voltados para a nutrição de bovinos em 1978, ainda estudante, e em 1980, já contratado. E foi nesse início, com o apoio da Fundação, que foram viabilizados os primeiros laboratórios e estábulos experimentais. Os estudos também proporcionaram grande interação com a sociedade e com os clientes. O trabalho evoluiu e, em 1996, foi criada a Clínica do Leite.
A ideia ganhou reforço quando as empresas perceberam a necessidade de ter um indicador de qualidade do leite. A realização dos projetos, que começou na Fazenda Colorado com a implantação do sistema MDA de gestão para fazendas de leite, só aconteceu depois que o proprietário doou ao laboratório, na época, US$ 120 mil para aquisição do primeiro equipamento que media células somáticas. A agilidade na compra só foi possível devido à intermediação da Fealq.
Naquele momento, a Clínica passou a focar a análise do leite, e não mais dos alimentos. O trabalho despertou o interesse de grandes empresas, como a Nestlé e a Danone. Com o aumento no número de análises, o Ministério da Agricultura formou um grupo de trabalho, do qual o professor Paulo Machado era membro, para instituir uma rede nacional de laboratórios. Foi criada, então, a RBQL (Rede Brasileira da Qualidade do Leite). Com isso, o trabalho desenvolvido pela Clínica do Leite estava oficializado.
O coroamento veio com a conquista da ISO 17025 do Inmetro, aplicável a laboratórios de calibração e de ensaio. Contudo, o trabalho de análises não se resume a um laudo apenas; a equipe consegue transformá-lo em informação e promove workshops, cursos, capacitação de pessoal, entre outros.
A equipe é contratada por meio da Fealq. No total, 60 pessoas atuam na Clínica, incluindo alunos da graduação e da pós-graduação. E, embora seja uma organização sem fins lucrativos, a Clínica depende de recursos de projetos para desenvolver boa parte de seu trabalho. Recursos esses gerenciados pela Fundação. Os dados levantados nos projetos são publicados em anuários da qualidade do leite. No total, o Departamento de Zootecnia contabiliza cerca de 50 teses e dissertações ligadas à Clínica do Leite e mais de 80 publicações em revistas científicas.
A Clínica é dividida em vários setores, entre eles: laboratório, academia — onde estão concentrados os cursos de gestão para produtores — e tecnologia da informação — onde são desenvolvidos programas para transformar os dados em informações gerenciais; um deles faz o controle zootécnico e financeiro das fazendas. Há, ainda, a aceleradora, que realiza projetos específicos com empresas, e o setor de pesquisa e desenvolvimento. A Fealq participa de todos eles, já que gerencia os recursos captados pela Clínica. Para Machado, a Fundação não é somente uma prestadora de serviços administrativos para a Clínica, mas sim uma parceira indispensável.